domingo, 11 de setembro de 2011

TRABALHO EM COMPONENTES SMD



Os componentes SMD ("superficial monting device") ou componentes de montagem em superfície têm dominado os equipamentos eletrônicos nos últimos anos. Isto devido ao seu tamanho reduzido comparado aos componentes convencionais. Veja abaixo a comparação entre os dois tipos de componentes usados na mesma função em dois aparelhos diferentes:



Nesta parte do site falaremos sobre os tipos e características dos componentes SMD assim como as formas de trabalhar com CIs deste tipo. É só acompanhar os menus abaixo:

TIPOS DE COMPONENTES SMD

A maioria dos componentes SMD é feita de silício (transistores, diodos, CIs) e soldada no lado das trilhas, ocupando muito menos espaço numa placa de circuito impresso. Graças a estes componentes foi possível a invenção to telefone celular, notebooks, computadores de mão, etc. Veja abaixo o exemplo de alguns tipos de componentes SMD:





- Resistores - Capacitores - Jumpers
- Eletrolíticos - bobinas
- Semicondutores

Resistores, capacitores e jumpers SMD

Os resistores têm 1/3 do tamanho dos resistores convencionais. São soldados do lado de baixo da placa pelo lado das trilhas, ocupando muito menos espaço. Têm o valor marcado no corpo através de 3 números, sendo o 3° algarismo o número de zeros. Ex: 102 significa 1.000 Ω = 1 K. Os jumpers (fios) vem com a indicação 000 no corpo e os capacitores não vem com valores indicados. Só podemos saber através de um capacímetro. Veja abaixo:




Eletrolíticos e bobinas SMD

As bobinas tem um encapsulamento de epóxi semelhante a dos transistores e diodos. Existem dois tipos de eletrolíticos: Aqueles que têm o corpo metálico (semelhante aos comuns) e os com o corpo em epóxi, parecido com os diodos. Alguns têm as características indicadas por uma letra (tensão de trabalho) e um número (valor em pF). Ex: A225 = 2.200.000 pF = 2,2 μF x 10 V (letra "A"). Veja abaixo:



Semicondutores SMD

Os semicondutores compreendem os transistores, diodos e CIs colocados e soldados ao lado das trilhas. Os transistores podem vir com 3 ou 4 terminais, porém a posição destes terminais varia de acordo com o código. Tal código vem marcado no corpo por uma letra, número ou sequência deles, porém que não corresponde à indicação do mesmo. Por ex. o transistor BC808 vem com indicação 5BS no corpo. Nos diodos a cor do catodo indica o seu código, sendo que alguns deles têm o encapsulamento de 3 terminais igual a um transistor. Os CIs têm 2 ou 4 fileiras de terminais. Quando tem 2 fileiras, a contagem começa pelo pino marcado por uma pinta ou à direita de uma "meia lua". Quando têm 4 fileiras, o 1° pino fica abaixo à esquerda do código. Os demais pinos são contados em sentido anti-horário. Veja abaixo alguns exemplos de semicondutores SMD:




Dessoldagem de CIs SMD usando o método tradicional (com solda)

A partir daqui ensinaremos ao visitante como se deve proceder para substituir um CI SMD seja ele de 2 ou 4 fileiras de pinos. Começamos por mostrar abaixo e descrever o material a ser utilizado nesta operação:




1 - Ferro de solda - Deve ter a ponta bem fina, podendo ser de 20 a 30 W. De preferência com controle de temperatura (estação de solda), porém ferro comum também serve;
2 - Solda comum - Deve ser de boa qualidade ("best" ou similares: "cobix", "cast", etc);
3 - Fluxo de solda - Solução feita de breu misturado com álcool isopropílico usada no processo de soldagem do novo CI. Esta solução é vendida já pronta em lojas de componentes eletrônicos;
4 - Solda "salva SMD" ou "salva chip" - É uma solda de baixíssimo ponto de fusão usada para facilitar a retirada do CI do circuito impresso;
5 - Escova de dentes e um pouco de álcool isopropílico - Para limparmos a placa após a retirada do CI. Eventualmente também poderemos utilizar no processo uma pinça se a peça a ser tirada for um resistor, capacitor, diodo, etc.

Preparadas as ferramentas, passemos ao processo. É só clicar em cada um:

Retirada do SMD da placa - Passo 1Aqueça, limpe e estanhe bem a ponta do ferro de solda. Determine qual vai ser o CI a ser retirado. A limpeza da ponta o ferro deve ser feita com esponja vegetal úmida.
OBS IMPORTANTE - PARA O TÉCNICO ADQUIRIR HABILIDADE NA SUBSTITUIÇÃO DE SMD DEVE TREINAR BASTANTE DE PREFERÊNCIA EM PLACAS DE SUCATA.
Veja abaixo como deve estar o ferro e o exemplo do CI que vamos retirar de um circuito:




Retirada do SMD da placa - Passo 2Derreta a solda "salva chip" nos pinos do CI, misture com um pouco de solda comum até que a mistura (use só um pouco de solda comum) cubra todos os pinos do CI ao mesmo tempo. Veja:




Retirada do SMD da placa - Passo 3Cuidadosamente passe a ponta do ferro em todos os pinos ao mesmo tempo para aquecer bem a solda que está nos neles. Usando uma pinça ou uma agulha ou dependendo a própria ponta do ferro faça uma alavanca num dos cantos do C, levantando-o cuidadosamente. Lembre-se que a solda nos pinos deve estar bem quente. Após o CI sair da placa, levante-a para cair o excesso de solda. Observe:



do ferro de solda na trilhas do CI para retirar o restante da solda. Após isto passe a ponta de uma chave de fenda para ajudar a retirar o excesso de solda tanto das trilhas do CI quanto das peças próximas. Vá alternando ponta do ferro e ponta da chave até remover todos ou quase todos os resíduos de solda das trilhas. Tome cuidado para não danificar nenhuma trilha. Veja abaixo:





Retirada do SMD da placa - Passo 4Para terminar a operação, pegue a escova de dentes e limpe a placa com álcool isopropílico para eliminar qualquer resíduo de solda que tenha ficado. Veja abaixo o aspecto da placa após ser concluída a limpeza.



Dessoldagem de SMD com soprador de ar quente

Esta é uma excelente ferramenta para se retirar SMD de placas de circuito impresso, porém tem duas desvantagens: o preço, um bom soprador de ar quente custa relativamente caro (pode chegar perto dos R$ 1.000), mas se o técnico trabalha muito com componentes SMD vale a pena o investimento (se bem que há sopradores manuais, parecidos com secador de cabelos, que custam na faixa de R$ 250), e a necessidade de ter habilidade para trabalhar com tal ferramenta, mas nada que um treinamento não resolva. Aqui mostraremos como se retira um SMD com esta ferramenta. Veja abaixo o exemplo de um soprador de ar quente:





Dessoldagem de SMD com soprador de ar quente - continuação

Ligue o soprador e coloque uma quantidade de ar e uma temperatura adequadas ao CI e ao circuito impresso onde for feita a operação. As placas de fenolite são mais sensíveis ao calor do que as de fibras de vidro. Portanto para as de fenolite o cuidado deve ser redobrado (menores temperaturas e dessoldagem o mais rápido possível) para não danificar a placa. A seguir sopre o ar em volta do CI até ele soltar da placa por completo. Daí é só fazer a limpeza com uma escova e álcool isopropílico conforme descrito na página da dessoldagem som solda. observe o procedimento abaixo:



Soldagem de CI SMD

Em primeiro lugar observamos se o CI a ser colocado está com os terminais perfeitamente alinhados. Um pino meio torto dificultará muito a operação. Use uma lente de aumento para auxiliá-lo nesta tarefa. Observe abaixo:




Soldagem de SMD - Passo 1

Coloque o CI na placa tomando o cuidado de posicioná-lo para cada pino ficar exatamente sobre a sua trilha correspondente. Se necessário use uma lente de aumento. A seguir mantenha um dedo sobre o CI e aplique solda nos dois primeiros pinos de dois lados opostos para que ele não saia da posição durante a soldagem. Observe abaixo:




Soldagem de SMD - Passo 2

Coloque um pouco de fluxo de solda nos pinos do CI. Derreta solda comum num dos cantos do CI até formar uma bolinha de solda. A soldagem deverá ser feita numa fileira do CI por vez. Veja:



Soldagem de SMD - Passo 3

Coloque a placa em pé e cuidadosamente corra a ponta do ferro pelos pinos de cima para baixo, arrastando a solda para baixo. Coloque mais fluxo se necessário. Quando a solda chegar em baixo, coloque novamente a placa na horizontal, aplique um pouco mais de fluxo e vá puxando a solda para fora dos pinos. Se estiver muito difícil, retire o excesso de solda com um sugador de solda. Repita esta operação em cada fileira de pinos do CI. Veja abaixo:



Soldagem de SMD - Passo 4

Concluída a soldagem, verifique de preferência com uma lente de aumento se não ficaram dois ou mais pinos em curto. Se isto ocorreu aplique mais fluxo e retire o excesso de solda. Para finalizar, limpe a placa em volta do CI com álcool isopropílico. Veja abaixo como ficou o CI após o processo:


COMO REPARAR MÓDULOS DE CONTROLE AUTOMOTIVOS

A quantidade de dispositivos eletrônicos embarcados em um automóvel é enorme atualmente. O que antes funcionava de modo isolado, agora opera me rede. Controle de injeção de combustível, controle de tração, sistema de conforto, etc. Tudo interligado em rede CAN. Com certeza, uma ótima oportunidade para o profissional de eletrônica.
Neste artigo, mostraremos como é possível reparar um modulo com defeito, através de um caso real de controle do vidro elétrico.Muito disso pode se encontrar em sites, a fim de oferecer mais oportunidades a leitores e Assistência técnica em eletrônica embarcada.

* CASO DO MODULO QUEIMADO
Devido ao descuido de um mecânico na hora de recarregar a bateria de um veiculo modelo Montana da GM, o modulo de controle do vidro elétrico (GM 93281771 2E) queimou-se, inclusive os dois fusíveis de proteção do carro. A figura 1 ilustra o modulo e seus conectores.

A figura 2 mostra  como o modulo é instalado eletricamente no carro. Reparem que há dois conectores distintos : A e B.
Podemos identificar a função de cada fio do chicote do carro dos dois conectores através da figura 3 e das tabelas 1 e 2 respectivamente.




REPARO DO MODULO

Veremos a razão do modulo ter queimado.
Devido a alta escala de integração dos componentes dos equipamentos eletrônicos embarcados em um veiculo atual, temos que ter cuidado no procedimento de recarga da bateria. Carregadores antigos sem circuitos limitadores de corrente devem ser evitados e acima de tudo, não tentar dar partida com a bateria descarregada utilizando o carregador para isso.
Lembre- se de que o carregador de bateria é uma fonte de corrente constante, e não de tensão constante.
Isso significa que, como a bateria descarregada, ao acionarmos a partida, o motor de arranque solicitara centenas de amperes de corrente. Para prover isso, o carregador pode elevar a tensão nos seus terminais para valor acima de 20 vcc.
Ora, mas se os terminais do carregador estão paralelo com a alimentação do veiculo, logo toda a eletrônica do carro estará sob essa tensão.


Para poder carregar a bateria, desconecte-a do carro. Claro que isso causara alguns inconvinientes, como a perda do código de segurança do radio, desregulagem do vidro elétrico, entre outros. Porem, de posse do manual, o próprio usuário poderá reprogramá-lo.
Vamos à analise do problema. Podemos ver o circuito interno do modulo na figura 4. Reparem que temos três ASICs e nove transistores de potencia, entre outros componentes.

Oito desses transistores formam 2 pontes H idênticas, uma para cada vidro (motorista e passageiro).
A figura 5 mostra o circuito facilmente levantado com um simples multímetro. Os transistores em questão são todos iguais e trata-se do irfz 34 n, um power-mosfet da international rectifier.


 Conforme ilustrado na figura 6, suas principais caracteristicas são : V dss=55 v ; R ds:on=0,040ohm ; Id=26a.


Fazendo uma rápida análise com o multímetro achamos T12 e Z5 em curto-circuito. Z5 é um diodo retificador comum utilizado para proteger o circuito contra inversão de polaridade.
Provavelmente, a força contra-eletromotriz do carregador gerou um transitório de polaridade reversa na carga, o que danificou os componentes.
Trocamos os transistores por um de mesmo tipo e, como não encontramos um diodo com o código "BUCK020" em smd, substituímos por um 1n4007 da figura 7.


Tudo instalado no veiculo, o controle voltou a operar normalmente. De fato em alguns casos, o reparo de um modulo de eletrônica embarcada torna-se impraticável devido a necessidade de ferramentas de hardware e software dedicados. Porem antes de partir para a imediata substituição, lembre-se que esses sistemas também são construidos com componentes comuns e fáceis de serem verificados.

By:Alexandre Capelli