Missão do
Sistema SENAI
Contribuir para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento
pleno e
sustentável do País, promovendo a educação para o trabalho e a
cidadania, a assistência técnica e tecnológica, a produção e
disseminação
de
informação e a adequação, geração e difusão de tecnologia.
Muitos aparelhos eletrônicos operam no regime de
corrente contínua. Para que seja
possível alimentar tais aparelhos é necessário o emprego de circuitos capazes
de transformar corrente alternada em corrente contínua. Circuitos com essa capacidade são
genericamente denominados de retificadores.
Existem
vários tipos de circuito retificador, dentre os quais o mais simples é o
circuito retificador de meia onda, cujo princípio básico de operação será
analisado neste fascículo.
Embora
o circuito retificador de meia onda tenha aplicações muito limitadas, a
compreensão do seu funcionamento é indispensável para o estudo de circuitos
mais sofisticados, como aqueles utilizados em televisores, rádios e outros
equipamentos eletrônicos.
Retificação é o nome dado ao processo de transformação de corrente alternada (ca) em corrente contínua (cc). Esse processo é utilizado com a
finalidade de permitir que equipamentos de corrente contínua sejam alimentados
a partir da rede elétrica que é disponível apenas na forma de corrente
alternada.
A retificação de meia onda é um processo de transformação de ca em cc, que permite o aproveitamento de apenas um semiciclo da tensão
de alimentação da carga, conforme ilustrado na Fig.1
O circuito retificador de
meia onda com diodo é empregado em equipamentos que, apesar de exigirem uma
tensão de alimentação unipolar, não necessitam que a mesma permaneça constante
como função do tempo como, por exemplo, nos carregadores de bateria.
As características de condução e bloqueio do diodo semicondutor podem
ser utilizadas para obter uma retificação de meia onda a partir da corrente
alternada da rede elétrica domiciliar. A configuração básica desse tipo de
circuito é ilustrada na Fig.2 e o
comportamento da tensão na carga em cada semiciclo da tensão de alimentação é
descrito a seguir.
SEMICICLO POSITIVO
Com base na Fig.3, a tensão no ponto A é
positiva com relação ao ponto B,
durante o semiciclo positivo. Com esta polaridade da tensão de entrada, o diodo
entra no regime de condução, permitindo portanto a circulação de corrente.
Nessas condições, a tensão
na carga assume uma forma próxima àquela da tensão de entrada, como pode ser
observado na Fig.3.
No entanto, um exame mais
minucioso da operação daquele circuito durante o semiciclo positivo mostra que
existe uma pequena diferença entre as duas formas de tensão, conforme pode-se
observar na Fig.4. Note-se que o diodo só entra efetivamente em
condução a partir do instante de tempo em que a tensão de entrada supera o
potencial de barreira VB.
A partir desse momento, a tensão no diodo mantém-se próxima ao valor VB até o instante de tempo em
que, após começar a decrescer, torna-se
menor do que o valor VB.
Sob essas condições,
existirão dois pequenos intervalos de tempo, um no início e outro no fim do
semiciclo positivo, durante os quais a tensão na carga é nula. Fora desses
intervalos, a tensão de entrada supera o valor VB e a tensão na carga assume uma forma próxima à tensão
de entrada.
Vale também notar, conforme
pode ser observado na Fig.4, que o
valor máximo da tensão na carga é menor que o valor máximo da tensão de
entrada, por uma quantidade igual à queda de tensão sobre o diodo no regime de
condução. Esse valor é da ordem de 0,7 V para o diodo de silício. Em situações
em que a condição Vmáx >> VB
é satisfeita, a diferença entre as
duas formas de tensão se torna desprezível durante o semiciclo positivo.
SEMICICLO NEGATIVO
Durante o semiciclo
negativo o potencial no ponto A se
torna negativo em relação ao ponto B.
Com essa polaridade na entrada, o diodo entra em bloqueio comportando-se
efetivamente como uma chave aberta, impedindo a circulação de corrente,
conforme ilustrado na Fig.5.
A condição de corrente nula no circuito implica que toda a tensão de
entrada é transferida para o diodo, com a tensão na carga mantendo-se nula,
conforme ilustrado na Fig.6.
Conclui-se, portanto, que para cada ciclo completo de tensão de entrada,
apenas o semiciclo positivo é
transferido diretamente para a carga, estando o semiciclo negativo aplicado
diretamente entre os terminais do diodo.
A forma de tensão resultante
sobre a carga é denominada de tensão
contínua pulsante. Esta denominação advém do fato de o fluxo de corrente no
circuito se dar em um único sentido
e na forma de pulsos separados por
intervalos de tempo nos quais a corrente no circuito é nula.
Se a posição do diodo for invertida, conforme ilustrado na Fig.7, a tensão na carga simplesmente
muda de sinal conforme ilustrado na Fig.8.
MEDIÇÃO DA TENSÃO NA CARGA
No circuito retificador de
meia onda, a tensão de saída que é medida na carga é pulsada. Para medir essa
tensão de saída, utiliza-se um multímetro ou um voltímetro de cc com as pontas de prova conectadas aos
terminais da carga.
O voltímetro cc ou multímetro em escala de tensão cc, conectado à saída
do circuito retificador, sempre indica um valor médio para a tensão contínua
pulsante sobre a carga.
Quando o
valor efetivo da tensão de
entrada for muito superior ao valor VB
, este pode ser desprezado na Eq.(1) para o cálculo de Vcc . Com essa aproximação, a Eq.(1) assume a forma simplificada
Com valores típicos de 0,7 e
0,3V para os potenciais de barreira
do silício e do germânio, respectivamente, a expressão aproximada dada pela Eq.(4) pode ser utilizada na prática
quando a condição Vca > 10V, for satisfeita.
A seguir é apresentado um
exemplo de cálculo empregando as expressões exata e aproximada.
Exemplo 1: Para
o circuito retificador com diodo de silício ilustrado na Fig.10, determinar Vcc com
o uso das Eqs.(1) e (3) nos seguintes casos: (a) Vca = 6 V ; (b) Vca = 50 V.
Nota-se que o erro da
aproximação neste caso fica em torno de 10% do valor exato.
b) Com Vca = 50 V e VB
= 0,7 V, e repetindo-se o procedimento adotado no item (a), obtém-se
:
Cálculo exato: Vcc
= 22,30 V
Cálculo aproximado: Vcc
= 22,52 V
No
presente caso Vca >> VB e o erro relativo da aproximação cai para 1%
do valor exato.
Como a dependência temporal da corrente na carga é uma
réplica daquela correspondente à tensão ilustrada na Fig.9, conclui-se que a corrente média no resistor R
pode ser determinada simplesmente pela expressão.
Icc = Vcc / R
INCONVENIENTES DA RETIFICAÇÃO DE MEIA ONDA
A retificação de meia onda
apresenta alguns inconvenientes decorrentes do princípio de funcionamento,
conforme sumarizado a seguir.
Variação na tensão de saída
A tensão de saída é
pulsante, variando, portanto, de forma significativa e diferindo sensivelmente
de uma tensão contínua pura, conforme ilustrado na Fig.11.
Baixo rendimento
O rendimento, definido pelo percentual da
tensão contínua na saída relativo a uma dada tensão ca de entrada, é de apenas 45%.
Sub utilização da capacidade do transformador
Nas retificações empregando
um transformador na entrada, existe um mau aproveitamento da capacidade de
transformação pois a corrente circula em apenas um semiciclo.
FONTE DE ALIMENTAÇÃO DE MEIA ONDA
O circuito retificador de
meia onda pode ser utilizado como fonte de alimentação para um circuito
eletrônico. Para que se tenha uma fonte de alimentação completa, devem-se
acrescentar ao circuito retificador os seguintes componentes:
·
Uma chave liga-desliga.
·
Um fusível de proteção.
·
Uma chave seletora 110/220V.
O diagrama de circuito de
uma fonte de alimentação utilizando esses componentes básicos é ilustrado na Fig.12, onde se pode observar a
possibilidade de operação tanto em 220 quanto em 110 V na entrada.
A Fig.13 mostra
como poderia ser feita a interconexão dos componentes básicos utilizados no
diagrama da Fig.12.
Fig.13 Interconexão dos componentes
em uma fonte de alimentação empregando retificação de meia onda.
O circuito mostrado na Fig.12 pode ser dividido em quatro partes ou etapas distintas,
conforme pode ser visto na Fig.14:
ETAPA 1: entrada.
ETAPA 2: controle
e proteção.
ETAPA 3: transformação
da tensão.
ETAPA 4: retificação.
Quando uma fonte retificadora de meia onda
apresenta defeito, deve-se executar uma seqüência de medidas que permitam
localizar a porção ou etapa do circuito com problema para que se possa isolar o
componente defeituoso.
Geralmente o defeito é
constatado ao se realizar uma medida nos terminais de saída do circuito. Essa
medida pode fornecer duas possibilidades de resposta:
a) Existindo tensão ca na saída, pode-se imediatamente concluir que as porções ou
etapas 1, 2 e 3 não apresentam problemas. O defeito provável é um curto no
diodo.
b) Não existindo tensão na
saída, existem muitas hipóteses para o defeito. Deve-se, então, realizar o
teste por etapas, como listado na Tabela
1.
Tabela 1 Seqüência de testes para diagnóstico de defeitos
no circuito da Fig.14.
Testar se há tensão na saída da ETAPA 3
(secundário do transformador).
Sim: Defeito ocorrido na ETAPA
4 e o diodo está provavelmente em
aberto.
Não: Defeito ocorrido
em alguma porção entre as ETAPAS 1 e 3
|
Testar se há tensão na entrada da ETAPA 3
(primário do transformador).
Sim : Defeito ocorrido na ETAPA 3
(transformador). Testar conti-
nuidade das bobinas do
transformador com um ohmímetro.
Não: Defeito ocorrido nas
ETAPAS 1 ou 2.
|
Testar se há tensão na entrada da ETAPA 1.
Sim: Defeito na ETAPA 2
(controle e proteção). Testar componentes
e conexões
na ETAPA 2.
Caso o fusível
esteja rompido,
descobrir a causa
antes de substituir.
Não: Testar cabo, plugue e
verificar se há energia na tomada onde a
fonte está sendo
conectada.
|
Observação: Se o defeito for fusível rompido, verificar
as causas do rompimento antes de realizar a substituição (diodo em curto,
curto entre ligações, saída em curto). O rompimento do fusível também pode
ser causado pelo funcionamento anormal do circuito alimentado pela fonte.
|
A técnica de retificação de
meia onda é utilizada quando a carga não necessita ser alimentada por uma cc pura. Um exemplo típico de aplicação
dessa técnica ocorre no caso dos carregadores de bateria. Nestes dispositivos
requer-se que a corrente de alimentação seja unidirecional, não importando
muito a sua forma como função do tempo.
Fig.15 Fluxograma
auxiliar para o diagnóstico de defeitos em um circuito retificador de meia
onda.
copia da apostila do SENAI
ResponderExcluirsim , esta escrito la em cima....
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