Missão do
Sistema SENAI
Contribuir para o fortalecimento da
indústria e o desenvolvimento
pleno e
sustentável do País, promovendo a educação para o trabalho e a
cidadania, a assistência técnica e tecnológica, a produção e
disseminação
de
informação e a adequação, geração e difusão de tecnologia.
A busca constantes
da qualidade e
a preocupação com o
atendimento ao cliente estão presentes nas ações do SENAI.
Quando se conecta uma carga
puramente resistiva (resistor, lâmpada, aquecedor) a uma rede de corrente
alternada senoidal, a corrente circulante no circuito também tem a forma
senoidal, como mostrado na Fig.1.
Fig.1 Tensão senoidal aplicada a
uma carga resistiva.
A corrente no resistor
obedece à Lei de Ohm. Como o valor de R é fixo, a corrente é proporcional à
tensão.
Quando a tensão no resistor
tem valor “0”, a corrente também tem valor “0”. Quando a tensão no resistor
atinge o máximo positivo (+Vp), a corrente também atinge o máximo positivo (+Ip) e assim por diante. A Fig.2 ilustra esse comportamento.
Fig.2 Comportamento da tensão e corrente num resistor
submetido a uma tensão senoidal.
Isso pode ser observado claramente sobrepondo os
gráficos de tensão e corrente do resistor nos mesmos eixos.
A Fig.3 mostra o gráfico senoidal da tensão e corrente em um resistor
ao qual foi aplicada uma fonte de CA.
Fig.3 Sobreposição de tensão e
corrente num resistor submetido a uma tensão.
Observa-se através da
sobreposição dos gráficos senoidais que tensão e corrente têm a mesma forma
senoidal, a mesma freqüência e passam pelo zero, no mesmo sentido e ao mesmo
tempo.
Quando isto acontece, diz-se
que a tensão e a corrente estão em fase ou que a defasagem entre tensão e
corrente é zero.
Nas cargas puramente
resistivas em CA, a corrente e a tensão estão em fase.
O comportamento da tensão e
corrente em um circuito puramente resistivo pode ser expresso através de um
gráfico fasorial. Um fasor representa a tensão na carga e outro a corrente.
Como tensão e corrente estão
em fase os dois fasores são sobrepostos, como mostrado na Fig.4.
Fig.4 Diagrama fasorial de tensão
e corrente.
O comprimento de cada
segmento de reta (módulo) representa o valor da grandeza expressa
fasorialmente, conforme representado na Fig.5.
Fig.5 Módulo dos fasores tensão e
corrente.
Como exemplos de cargas resistivas, onde tensão e
corrente estão em fase, tem-se: resistores, lâmpadas, resistências de ferro de
passar, resistência de ferro de soldar, resistência de aquecedores etc.
RELAÇÕES DE FASE ENTRE TENSÃO E CORRENTE NOS CAPACITORES
Quando se conecta um
capacitor a uma fonte geradora, as armaduras estão completamente descarregadas.
Inicia-se o processo de
carga do capacitor. Como não existe tensão sobre o capacitor (Vc = 0), a corrente de carga
(Ic)
é máxima, como ilustrado na Fig.6.
Fig.6
Processo de carga de um capacitor.
À medida que a tensão sobre
o capacitor aumenta, a corrente de carga diminui porque as cargas já
armazenadas no capacitor se opõem à entrada de novas cargas, como ilustrado na Fig.7.
Fig.7 Pontos
intermédiarios da curva de carga de um capacitor.
A corrente continua
diminuindo até atingir o valor zero, no momento em que a tensão no capacitor se
iguala à tensão da fonte, como mostrado na Fig.
8.
Fig.8 Ponto da curva de
carga do capacitor onde Vc =Vp
Observa-se
pelo gráfico senoidal, que a corrente do capacitor atinge o valor máximo 90º
antes que a tensão atinja o seu valor máximo. Este adiantamento da corrente em relação à tensão no capacitor
ocorre durante todo ciclo da CA, como mostrado na Fig.9.
Fig.9 Relação
entre corrente e tensão.
Nos capacitores, a corrente
está adiantada 90º (meio semiciclo) em relação à tensão.
A defasagem pode ser
representada através de um gráfico fasorial. Um fasor representa a tensão sobre
o capacitor e o outro, a corrente.
Como corrente e tensão no
capacitor estão defasados de 90º, os seus fasores são representados de tal
forma que haja um ângulo de 90º entre eles.
A Fig.10 mostra a representação fasorial da defasagem entre tensão e
corrente no capacitor.
Fig.10 Representação fasorial da defasagem entre tensão e
corrente no capacitor.
Em muitas ocasiões, torna-se necessário analisar ou
determinar a relação de fase entre duas tensões CA ou entre uma tensão e uma
corrente CA em um componente. Isso pode ser feito através de um osciloscópio de
duplo traço.
Esse processo somente pode
ser utilizado para CA de freqüências iguais porque quando as freqüências são
diferentes, o ângulo de fase está em constante modificação, como mostrado na Fig.11.
Pode-se, assim, verificar que sinais de mesma
frequência (mesmo período T) levam a uma defasagem constante de 90º; sinais de
freqüências diferentes, a uma defasagem variável.
Fig.11 Defasagem constante e
defasagem variável.
Para verificar a relação de
fase entre uma tensão e uma corrente CA em um componente ou circuito, é
necessário observarem-se simultaneamente duas senóides:
·
A senóide da tensão.
·
A senóide da corrente.
Para observar a senóide da
tensão, emprega-se um dos canais do osciloscópio, conectando a ponta de prova
(sinal terra) diretamente nos pontos onde se queira observar.
A Fig.12 mostra as pontas de prova conectadas a um circuito e a
projeção na tela que corresponde à senóide da tensão aplicada.
Fig.12 Visualização da tensão
senoidal aplicada.
Para se observarem as
variações de corrente no osciloscópio, é necessário que essas variações de
corrente sejam transformadas em variações de tensão que possam ser vistas no
osciloscópio.
Para se observarem formas de
onda de corrente com o osciloscópio, as variações de corrente devem ser
transformadas em variações de tensão.
O resistor é o componente
ideal para realizar a conversão de corrente em tensão por duas razões:
·
A tensão presente entre os sinais de um resistor é proporcional à corrente.
·
A tensão desenvolvida no resistor está em fase com a corrente.
Assim, toda a vez que for
necessário observar com osciloscópio a forma de onda de corrente em um
circuito, deve-se incluir um resistor em série com este circuito.
A queda de tensão nesse
resistor será proporcional e estará em fase com a corrente do circuito, como
mostrado na Fig.13.
Fig.13 Queda de tensão proporcional
e em fase com a corrente.
Conectando as pontas de
prova do osciloscópio nos terminais desse resistor, a forma de onda apresentada
na tela representará a corrente no circuito, como ilustrado na Fig.14.
Fig.14 Obsevando a corrente através
da tensão no osciloscópio.
É importante lembrar que, ao
inserir um resistor em série com um circuito, este resistor interfere na
resistência total, provocando uma alteração na corrente circulante como pode
ser visto na Fig.15.
Fig.15 A inclusão de R
muda a corrente do circuito.
Para se evitar que o resistor acrescentado
influencie significativamente nos resultados observados, deve-se utilizar um
valor para esse resistor que seja pequeno com relação à resistência do circuito
que se deseja analisar.
O resistor acrescentado para
converter corrente em tensão deve ter resistência pequena, comparada com a
resistência do circuito analisado.
Em geral, utiliza-se um
resistor cujo valor máximo não ultrapasse 10% da resistência do circuito que se
deseja analisar, como ilustrado na Fig.16.
Fig.16 Circuito com
resistor pequeno para medir I.
Como normalmente se
necessitam observar simultaneamente as formas de onda de tensão e de corrente,
utiliza-se um osciloscópio de duplo traço da seguinte forma:
·
Um dos canais é colocado sobre o resistor. Este canal mostra a forma de
onda de corrente.
·
Outro canal é aplicado diretamente sobre a carga.
A Fig.17 mostra como seria conectado o osciloscópio de duplo traço
para verificar a relação de fase entre corrente e tensão em um resistor.
Fig.17 Ligação do osciloscópio de
duplo traço.
O fato de se conectar o
terra do osciloscópio no meio dos dois componentes a serem medidos implica no
fato de que o canal 1 (Fig.17)
apresenta uma medição acima da referência e o canal 2 uma medição abaixo da
referência.
Sempre que o osciloscópio
for conectado dessa forma, deve-se usar a entrada com inversão do osciloscópio
para a medição abaixo da referência, como mostrado na Fig.18.
Fig.18 Ligação do canal inversor.
A Fig.19 mostra como as senóides de corrente e tensão sobre o
resistor aparecerão na tela.
Fig.19 Visualização das senóides de
corrente e tensão.
O mesmo processo pode ser
usado para se determinar a relação de fase entre tensão e corrente em
componentes como o capacitor na forma ilustrada na Fig.20.
Fig.20 Relação de fase entre tensão
e corrente em um capacitor.
O valor do resistor deve ser
no máximo de 10% do valor da reatância capacitiva do capacitor.
As divisões horizontais da
tela podem ser usadas para se determinar o ângulo de defasagem.
Figuras de Lissajous é o
nome dado as figuras que aparecem na tela do osciloscópio quando se aplicam
sinais às entradas vertical e horizontal do osciloscópio, desligando a
varredura horizontal interna.
A Fig.21 mostra algumas figuras de Lissajous.
Fig.21 Exemplos de figuras de
Lissajous.
Através das figuras de
Lissajous é possível determinar a relação de fase entre duas CA de mesma
freqüência usando um osciloscópio de traço simples.
CONEXÃO DO OSCILOSCÓPIO AO
CIRCUITO
Para se determinar o ângulo
de fase, os dois sinais (de mesma freqüência) são aplicados às entradas
vertical e horizontal, mantendo-se a chave de varredura horizontal na posição
“externa”.
Fig.22 Determinação do ângulo de
fase.
O resistor R no circuito da Fig.22 converte as variações de
corrente em variações de tensão.
Após a colocação dos dois sinais, há a formação de
uma figura de Lissajous na tela, como pode ser visto na Fig.23.
Fig.23 Figura de Lissajous.
Para se obter a leitura
correta do ângulo de fase, o sinal aplicado no vertical deve ocasionar a mesma amplitude de deflexão na tela que
o horizontal (em número de quadros) e a figura deve estar centrada na tela.
Em geral, torna-se
necessário atuar no controle da amplitude vertical ou horizontal para analisar
o ajuste.
Uma vez centrada a figura,
determinam-se dois valores: Ymáximo e Y0 (intersecção da
figura com eixo Y), como ilustrado na Fig.24.
Fig.24 Determinação de Ymáximo
e Y0.
De posse dos dois valores,
determina-se o ângulo de fase a partir da equação:
(1)
onde :
q é o ângulo de defasagem
Y0 e Ym são leituras da tela
arcsen = função arco cujo seno é…
Através das figuras de
Lissajous não é possível determinar qual é o sinal adiantado ou atrasado por
que isto depende da ordem de ligação dos sinais no osciloscópio.
A seguir é mostrada uma
tabela com alguns valores de seno, e um exemplo de determinação do ângulo de
fase por figura de Lissajous.
Ângulo |
0°
|
10°
|
20°
|
30°
|
40°
|
50°
|
60°
|
70°
|
80°
|
90°
|
Seno
|
0
|
0,17
|
0,34
|
0,5
|
0,64
|
0,71
|
0,77
|
0,87
|
0,94
|
1
|
Exemplos 1:
Determinar
o ângulo de fase pelo método das figuras de Lissajous
Quando se obtém um círculo
perfeito, a defasagem é de 90º, uma vez que Y0 =Ym.