Missão do
Sistema SENAI
Contribuir para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento
pleno e
sustentável do País, promovendo a educação para o trabalho e a
cidadania, a assistência técnica e tecnológica, a produção e disseminação
de
informação e a adequação, geração e difusão de tecnologia.
Nosso negócio
Educação para o Trabalho e Cidadania.
Relação de fase entre grandezas CA
A relação de fase é uma
comparação entre os momentos em que os fenômenos elétricos acontecem. Pode-se,
por exemplo, estabelecer uma relação de fase entre duas tensões CA de mesma
freqüência. Para isto, escolhe-se um momento como ponto de referência,
normalmente o pico do ciclo positivo (ou negativo) de uma das tensões CA, como
mostrado na Fig.1.
Fig.1 Ponto de referência da
tensão alternada CA1.
Verifica-se em seguida a outra tensão no circuito
neste mesmo momento, conforme mostrado na Fig.2.
Fig.2 Tensão CA2 no
mesmo momento que ocorre o pico na tensão CA1.
Ao se comparar a segunda tensão CA2 com
a tensão CA1 de referência, pode ocorrer uma das três situações
apresentadas graficamente na Fig.3.
Fig.3 Posições possíveis do pico de tensão do semiciclo
positivo de uma tensão CA com respeito a uma tensão de referência.
Na situação (a), o pico
positivo da tensão CA1 coincide com o pico positivo da tensão CA2
no mesmo instante.
Nesta situação, diz-se que
as tensões CA1 e CA2 estão em fase.
Duas tensões CA estão em
fase quando seus picos positivos e negativos ocorrem ao mesmo tempo.
Nas outras duas situações
(b) e (c), as tensões CA1 e CA2 atingem os valores
máximos (picos positivos e negativos) em instantes diferentes.
Quando isto ocorre, diz-se
que as tensões CA1 e CA2 estão defasadas.
Duas tensões CA estão
defasadas quando seus picos (positivos ou negativos) ocorrem em momentos
diferentes.
Observando os gráficos em
que as tensões CA1 e CA2 estão defasadas, verifica-se que
estes gráficos apresentam diferenças entre si.
No gráfico da Fig.3b, o ponto de referência da tensão
CA1 (pico positivo), ocorre antes do pico positivo da tensão CA2.
A tensão CA2 atingirá o pico positivo depois da CA1.
Neste caso, diz-se que a tensão CA2 está atrasada com relação a CA1 ou a tensão CA1
está adiantada com relação a CA2.
No gráfico da Fig.3c, a tensão CA1
atingirá o pico positivo depois da CA2. Neste caso, diz-se que a
tensão CA2 está adiantada em relação a tensão CA1 ou a
tensão CA1 está atrasada
em relação a tensão CA2.
O adiantamento ou atraso de
uma tensão CA em relação a outra é dado em graus (º). Um ciclo completo de uma
CA corresponde a 360º, como mostrado na Fig.4.
Fig.4 Ciclo completo de uma CA.
Por conseqüência, como
mostrado na Fig.5, tem-se que: um
semiciclo de uma CA tem 180º, meio semiciclo de uma CA tem 90º e um quarto de
semiciclo de uma CA tem 45º.
Fig.5 Subdivisões de um ciclo de
uma CA.
Com base nesta divisão do
eixo horizontal, pode-se determinar de quantos graus é a defasagem entre uma
tensão CA e a outra.
As Figs. 6, 7, 8 mostram exemplos de tensões CA defasadas.
pico positivo de CA1 : 90º
pico positivo de CA2 : 180º
defasagem : 180º - 90º = 90º
Fig.6 CA2 está atrasada 90º com relação a CA1.
pico positivo de CA1 : 135º
pico positivo de CA2 : 90º
defasagem : 135º - 90º= 45º
Fig.7 CA1
está atrasada 45º em relação a CA2.
pico positivo de CA1 : 60º
pico positivo de CA2 : 200º
defasagem : 140º
Fig. 8 CA2 está atrasada
140º em relação a CA1.
Existe ainda um caso
particular de defasagem, como mostrado na Fig.9.
pico positivo de CA1 : 90º
pico positivo de CA2 : 270º
defasagem : 180º
Fig. 9 CA1 e CA2 em oposição de fase
Neste caso, diz-se apenas
que CA1 está em oposição de
fase com CA2 ou que CA1 e CA2 estão em anti-fase.
Existem grandezas que podem
ser expressas simplesmente por um número e uma unidade. Por exemplo, quando se
diz que a temperatura em um determinado momento é de 20º C, a informação que se
quer dar é perfeitamente compreensível. Este tipo de grandeza é chamada de grandeza escalar. Alguns exemplos de
grandezas escalares são: o tempo, a distância e a massa.
Para algumas grandezas, entretanto, um número e uma
unidade não são suficientes.
Suponha a seguinte atuação:
em meio a uma guerra, um general envia a seguinte mensagem ao comandante da
tropa que está no fronte de batalha: “desloque o seu regimento 6km do ponto atual
o mais breve possível”.
O comandante certamente
ficará em situação difícil, pois a mensagem não diz se o deslocamento deve ser
para o norte, sul, leste oeste ou mesmo para direções intermediárias.
Pelo exemplo, conclui-se que
para definir um deslocamento não é suficiente dizer apenas de quanto este deve
ser.
Grandezas como o
deslocamento são denominadas de grandezas
vetoriais. Outros exemplos de grandezas vetoriais são: a força, a
velocidade e o campo elétrico.
Para a perfeita determinação
de uma grandeza vetorial são necessárias três informações:
·
Um valor numérico, denominado de módulo.
·
Uma direção.
·
Um sentido.
Assim, o comandante não
teria tido dúvidas se a mensagem do general fosse: “Desloque o seu regimento
6km do ponto atual, na direção norte - sul, sentido do sul o mais breve
possível”.
Uma grandeza vetorial pode
ser representada graficamente através de um segmento de reta orientada
denominado de vetor.
A Fig. 10 mostra alguns vetores.
Fig.10 Vetores.
Como se pode observar, em
qualquer um dos vetores da Fig.10,
esta representação gráfica fornece as três informações necessárias a respeito
da grandeza vetorial.
A Fig.11 mostra um vetor e sua reta suporte com a indicação de seu
módulo, sua direção e seu sentido.
Fig.11 Módulo, direção e sentido de
um vetor.
Os vetores constituem-se em
fator de simplificação na análise de situações diárias.
Supondo-se, por exemplo, que
alguém deseje levar uma mesinha com a televisão do canto esquerdo da sala para
o canto direito e está pensando em como fazê-lo, como ilustrado na Fig.12. Intuitivamente, qualquer pessoa
sabe que terá que empurrar ou puxar a mesinha com uma determinada força para
que isto aconteça.
Fig.12 Deslocamento de uma mesa.
Esta força pode ser representada através do vetor da Fig.13.
·
Módulo: valor numérico da força para movimentar a mesinha.
·
Direção: horizontal.
·
Sentido: da esquerda para direita.
Fig.13 Vetor força.
RESULTANTE DE UM SISTEMA DE VETORES
Em muitas situações existe
mais de uma força atuando sobre o mesmo ponto ao mesmo tempo. Nestes casos,
empregar uma representação gráfica simplifica a determinação de uma solução.
Suponha, por exemplo, que
uma pessoa precise puxar a caixa pesada ilustrada na Fig.14. Ao tentar, esta pessoa conclui que sozinha não consegue
movimentar a caixa.
Fig.14 Deslocamento de uma caixa
pesada.
A solução é pedir ajuda,
incluindo mais uma força no sistema. Naturalmente esta segunda força tem que
atuar na mesma direção e sentido e no mesmo ponto de aplicação que a primeira
para que o resultado (resultante) seja o desejado.
A resultante, neste caso,
será a soma das duas forças, atuando na mesma direção e sentido das forças
individuais.
A Fig.15 mostra a representação completa do sistema de forças e sua
resultante.
Fig.15 Sistema de forças e sua
resultante.
Então, pode-se afirmar que
se duas forças F1 e F2 aplicadas no mesmo ponto e atuando
tem na mesma direção e mesmo sentido, o vetor resultante tem as seguinte
características:
·
Módulo: F1+F2.
·
Direção: a da reta que contém as duas forças.
·
Sentido: o mesmo das forças.
Exemplo 1:
Duas pessoas puxam, na mesma
direção e sentido uma corda presa a uma carga. A primeira exerce uma força de
45N e a segunda uma força de 55N. Qual o módulo, a direção e o sentido da força
resultante?
Observação: Newton (N) é a
uma unidade de medida de força.
Solução:
Desenhando-se o diagrama vetorial,
tem-se que:
Módulo do vetor resultante: FR = 45N +
55N = 100N
Direção do vetor resultante: a mesma das forças
aplicadas (horizontal).
Sentido do vetor resultante: o mesmo das forças
aplicadas (direita para esquerda).
Em algumas situações, as forças de um sistema têm a
mesma direção, mas sentidos opostos.
Imagine, por exemplo, a
brincadeira de “cabo de guerra” mostrada na Fig.16.
Fig.16 “Cabo de guerra”.
Este é um exemplo típico de
sistema onde as forças atuam na mesma direção (a da corda ) e em sentidos
opostos.
Considerando a corda como
ponto de aplicação das forças, o sistema pode ser representado conforme a Fig.17.
Fig.17 Diagrama vetorial do “cabo
de guerra”.
A resultante neste caso,
será o resultado da subtração de uma força da outra, com a direção mantida (a
da corda) e o sentido da força maior, como mostrado na Fig.18.
Fig.18 Forças em direções
opostas.
Se duas forças F1
e F2 aplicadas ao mesmo ponto atuam na mesma direção e em sentidos
opostos, têm-se para a resultante que:
Módulo: F1 - F2 (a maior menos
a menor).
Direção: a da reta que contém as duas forças.
Sentido: o da força maior.
Exemplo 2:
Determinar a resultante do
sistema de forças da figura abaixo.
Primeiro, verifica-se que F1
e F2 atuam na mesma direção e sentido, podendo ser substituídas por
uma resultante parcial FR1.
Da mesma forma pode ser
feito com F3, F4 e F5, substituindo por uma
resultante parcial FR2.
FR =
110N-95N = 15N.
Direção = a da corda
(horizontal).
Sentido = o da maior força (para a esquerda).
Existe ainda uma terceira
situação em que forças aplicadas no mesmo ponto não têm a mesma direção.
Supondo-se, por exemplo,
dois rebocadores puxando um transatlântico através de dois cabos, conforme
mostrado na Fig.19.
Fig.19 Transatlântico puxado por
dois cabos.
O ponto de aplicação das
forças é o mesmo (o transatlântico), porém as direções são diferentes, como
pode ser visto na Fig. 20.
Fig. 20 Ângulo entre as forças produzidas pelos rebocadores.
Neste caso a forma mais
simples de encontrar a solução é a forma gráfica pela Regra do Paralelogramo.
Deve-se colocar em um papel
os dois vetores, desenhados em escala com o ângulo correto entre eles, como
mostrado na Fig.21.
Fig.21 Diagrama vetorial da
situação mostrada na Fig.19.
Então, traça-se pela
extremidade de cada um dos vetores dados uma linha tracejada, paralela ao
outro, como mostrado na Fig.22.
Fig.22 Aplicação da regra do
paralelogramo.
Forma-se assim um
paralelogramo cuja diagonal é a resultante, conforme ilustrado na Fig.23.
Fig.23 Formação gráfica da
resultante.
Medindo-se a resultante com
a mesma escala usada para os vetores componentes, tem-se o módulo da
resultante.
A direção e o sentido ficam
estabelecidos automaticamente no traçado gráfico.
Um caso particular desta
situação é quando há um ângulo de 90º entre as forças. A Fig.24 mostra esta situação.
Fig.24 Aplicação de duas forças que
formam um ângulo de 90°.
A resolução gráfica da Fig.24 mostra que o paralelogramo
formado é um retângulo onde a resultante é diagonal, como mostrado na Fig.25.
Fig.25 Força resultante.
Trocando-se um dos vetores
de posição, forma-se um triângulo retângulo em que F1 e F2
são os catetos e R é a hipotenusa, como mostrado na Fig.26.
Fig.26 Triângulo retângulo tendo a
hipotenusa como resultante.
Neste caso, o módulo dos
vetores se relacionam segundo o teorema de Pitágoras:
R2 = F12 + F22
(1)
Se duas forças F1
e F2 aplicadas ao mesmo ponto
formam um ângulo de 90º entre si, a resultante é dada pelo teorema de
Pitágoras, ou seja: .
O ângulo formado entre os
vetores componentes e o resultante é dado pelas relações trigonométricas.
Exemplo 3:
Dois rebocadores de 15.000N cada um traciona um
transatlântico. Sabendo-se que o ângulo entre os cabos dos dois é de 90º,
determinar o módulo da resultante e o ângulo desta com relação ao rebocador.
Solução:
O transatlântico se
deslocará em uma trajetória que forma um ângulo de 45º com o cabo do rebocador
1.
A análise do comportamento e
dos parâmetros de um circuito em CA apresenta certas dificuldades porque os
valores de tensão e corrente estão em constante modificação.
Mesmo os gráficos senoidais,
que podem ser utilizados com este objetivo, tornam-se complexos quando há
várias tensões ou correntes envolvidas com defasagem entre si.
Por este motivo é muito
comum empregar gráficos fasoriais em substituição aos senoidais.
Do mesmo modo que o comprimento de um segmento de
reta, a sua direção e a sua orientação no espaço representam uma série de
grandezas físicas, chamadas então de grandezas vetoriais, existe também uma
forma de representar graficamente as grandezas tensão e corrente elétrica
senoidais.
Por exemplo, a tensão alternada
V(t) = Vm cos (wt + f) (4)
de amplitude Vm, frequência angular w (rads/s) e fase f (rad ou graus) pode ser representada no
plano cartesiano como mostrado na Fig.
27.
Fig. 27 Representação fasorial de
uma tensão alternada.
O estudo dos números complexos nos revela que esta é a representação do número
, que na teoria dos circuitos elétricos recebe o nome
especial de fasor.
Note que na representação
fasorial da tensão senoidal V(t) = Vm cos (wt + f), apenas a amplitude da tensão
Vm e o ângulo de fase f são especificados, devendo
então a frequência angular ser fornecida a parte.
A representação fasorial de
uma tensão ou corrente alternada é muito útil, pois nos possibilita visualizar
o comportamento relativo dessas grandezas.
Nos gráficos fasoriais, um
segmento de reta pode ser usado para representar a tensão ou corrente eficaz
correspondente a uma CA senoidal. A Fig.28
ilustra este princípio.
Fig.28 Representação fasorial de
uma onda senoidal.
O sistema de gráficos
fasoriais permite a representação de qualquer número de tensões com quaisquer
defasagens. O ângulo de defasagem entre as tensões CA é representado
graficamente por um ângulo entre os fasores.
REPRESENTAÇÃO FASORIAL DE GRANDEZAS SENOIDAIS EM FASE
Quando duas CA estão em
fase, pode-se dizer que o ângulo de defasagem entre elas é 0º. A Fig.29 mostra um exemplo.
Fig.29 Exemplo de duas tensões
alternadas em fase.
Esta situação pode ser
representada fasorialmente, considerando-se três aspectos:
·
Um segmento de reta representa o valor eficaz de CA1.
·
Outro segmento de reta representa o valor eficaz de CA2.
·
O ângulo entre os dois fasores representa o ângulo de defasagem, que
neste caso é de 0º.
A Fig.30 mostra o gráfico senoidal e vetorial de duas CA em fase.
Fig.30 Gráfico senoidal e fasorial de duas tensões alternadas em fase.
REPRESENTAÇÃO FASORIAL DE GRANDEZAS SENOIDAIS DEFASADAS
Para representar grandezas
senoidais defasadas, os princípios são os mesmos:
·
Um segmento de reta para cada grandeza.
·
Um ângulo entre os fasores que expressa a defasagem.
Há porém alguns cuidados a
serem observados. Sempre que se observa um gráfico de grandezas senoidais
defasadas toma-se uma das grandezas como referência para depois verificar se as
outras estão adiantadas ou atrasadas em relação a estas.
Para os gráficos fasoriais obedece-se o mesmo princípio.
Em geral, costuma-se traçar um sistema de eixos ortogonais que servirá de base
para o gráfico e traçar o fasor de referência no sentido horizontal para a
direita, como mostrado na Fig.31.
Fig.31 Traçado do fasor de referência.
Veja, por exemplo, o gráfico
senoidal apresentado na Fig.32 com a
CA1 tomada como referência.
Fig.32 Tensões senoidais CA1 (referência)
e CA2.
A partir do fasor de
referência, posiciona-se os demais fasores. Fasores colocados no sentido
horário estão atrasados com relação a referência e vice versa, como mostrado na
Fig.33.
Fig.33 Fasores atrasados e
adiantados.
No gráfico senoidal usado
como exemplo, a CA2 está atrasada 90º com relação a CA1,
de forma que o gráfico se apresenta conforme a Fig.34.
Fig.34 Vetor atrasado 90o
.
A seguir estão colocados
alguns exemplos de gráficos senoidais e seus respectivos gráficos vetoriais. Os
valores apresentados nos gráficos senoidais são valores eficazes.
Muito bom... Mais um excelente artigo! Gostaria de ter tido acesso ao mesmo antes, pois são informações realmente uteis.
ResponderExcluirMuito bom, somente precisa corrigir o gráfico da fig. 8: a fase de CA1 não é 90 graus; o correto é 60 graus.
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